sábado, 17 de maio de 2014

Sofrimento e Dor: Este é o resultado do preconceito e intolerância religiosa

No Rio de Janeiro o juiz Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio, argumentou que:

“manifestações religiosas afro-brasileiros não se constituem religião”.


E esta decisão ocorreu em função uma ação do MPF pedindo que fossem retirados do YouTube, pela Google Brasil, vídeos considerados ofensivos a umbanda e candomblé. Um dos vídeos mostra a entrevista de um "ex-macumbeiro, hoje liberto pelo poder de Deus".

O "brilhante e onipotente" juiz Eugenio Rosa de Araújo também entende como diz O DIA:

"há a necessidade de um texto base - uma Bíblia Sagrada, Torá ou Alcorão, por exemplo -, e ter uma estrutura hierárquica e um Deus a ser venerado."

Nesta afirmação publicada em o O DIA não é possível não destacar a ignorância demonstrada pelo "brilhante e onipotente" juiz pois nunca ouviu falar de OLORUM ou ZAMBI.

De uma tacada só o "brilhante e onipotente" juiz sapateia na religião de todos que não são católicos, protestantes, judeus e muçulmanos.

Não sou historiador que nem meu irmão Ricardo Oliveira mas todas estas religiões citadas pelo "brilhante e onipotente" juiz tem a mesma origem e desta forma ele excluiu todas as outras religiões do mundo.

Os lideres destas mesmas religiões citadas pelo "brilhante e onipotente" juiz jamais, repito jamais, tiveram tamanha demonstração de preconceito, intolerância ou ainda capacidade de ofensa que este ser preconceituoso demonstrou em sua decisão.

Este "brilhante e onipotente" juiz deve ter participado de algum coloquio com o Criador e desta forma pode definir os parâmetros finais para julgar o merecimento do título de religião.

E enquanto isso espiritas kardecistas, umbandista, praticantes do candomblé, budistas, hinduístas, praticantes de Seicho-no-ie .... tenham cuidado pois o "brilhante e onipotente" juiz acabou de dar um salvo conduto para qualquer um que queira nos ofender, humilhar, faltar com o respeito ou ainda agredir nossa fé.

Além disso legitimou o desrespeito a constituição brasileira que nos garante, como princípio constitucional, a LIBERDADE DE ESCOLHA RELIGIOSA.

Como destaquei acima não sou historiador e desta forma transcrevo a seguir texto de meu irmão Ricardo Oliveira, Doutor em História pela UNICAMP, sobre esta demonstração de preconceito não só com a umbanda e candomblé, mas com todas as religiões que não tem origem no judaísmo.

"Muito tenho lido sobre a decisão do Juiz Federal Eugênio Rosa de Araujo, que negou recurso contra a insana propaganda de neo pentecostais fanáticos contra as religiões de matriz afro brasileira.

Contudo, acho que as pessoas ainda não se deram conta da profundidade do preconceito contido ali.

Ao definir religião como necessariamente tendo um livro sagrado e o culto a um único deus, o magistrado expressa um preconceito muito maior. Para ele somente é religião o culto ao Deus sem nome de matriz judaica. Se por um lado admite que judeus, cristãos e muçulmanos adoram o mesmo Deus, coisa que os pentecostais não admitem, por outro transforma essa matriz em unica forma de religião possível.

Desta maneira, todas as religiões indígenas, todas as religiões asiáticas e africanas deixam de ser consideradas religião. Um preconceito muito maior, e muito mais grave.

Me entristece mais ainda que tal intolerância seja praticada por alguém ligado a uma Igreja protestante tradicional, que muito respeito sempre teve e continuará tendo da minha parte.

Como todos sabem, sou católico praticante. Entendo que o cristianismo tem uma dimensão prosélita que causa muita confusão, principalmente quando são esquecidos os ensinamentos de tolerância e respeito trazidos pelo próprio Jesus Cristo. Não cabe a nós julgar os outros, este papel cabe somente a Ele.

Para terminar essa decisão serve para ilustrar como uma decisão do judiciário pode ser política, mesmo quando usa argumentação tecnicista."

Esta ofensa e desrespeito a Constituição não pode cair no esquecimento.

As atitudes deste ser vão muito além do preconceito religioso que correntes protestantes, religião deste juiz, vem demonstrando contra os praticantes de outros credos.

A decisão desse juiz ameaça legitimar ações neofascistas que tanto mal já fizeram a humanidade.

Não se omitam, o preço da omissão nestes casos somente gera enorme sofrimento e dor.


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